‘Pelo menos 70%’ dos deputados do novo blocão na Câmara apoiam o governo, afirma líder

Berger Vogt
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Maior da Casa no momento, grupo tem potencial para isolar o presidente Arthur Lira (PP-AL); Macedo refuta a possibilidade

O maior bloco partidário da Câmara, recém-formado por MDB, PSD, PSC, Podemos e Republicanos, é majoritariamente governista: dos 142 deputados, pelo menos 70% deles vão integrar a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O cálculo é do líder do grupo, o deputado Fábio Macedo (Podemos-MA), que trabalha para ampliar a tropa fiel ao Palácio do Planalto.

— Pelo menos 70% desse bloco é governista, e eu trabalharei para que seja 100%. É claro que respeitaremos a vontade de cada deputado, e todos temos alinhada a vontade de votar sempre pelo que for melhor para o Brasil. Os líderes de cada partido vão se reunir semanalmente para definir o encaminhamento da semana — diz Macedo.

Dentre as legendas do bloco, apenas o Republicanos está afastado governo. Ligada à Igreja Universal, a sigla formava o tripé do Centrão, ao lado de PP e PL, base de sustentação da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Até agora, Lula ainda não conseguiu arregimentar uma base sólida no Congresso. Na avaliação de Macedo, porém, esse quadro pode mudar.

— O presidente Lula tem procurado dialogar com todos os partidos, isso é normal. É claro que conversaremos com os deputados do Republicanos que resistem à aproximação. É necessário trazer os partidos para a base. Isto aconteceu com o Podemos, por exemplo, que não apoiou o presidente no ano passado, mas hoje tem a maioria dos seus quadros com ele — exemplifica.

A reconfiguração isola o presidente de Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cujo partido não está na composição. Na tentativa de reverter o quadro, ele procurou o União Brasil, PSDB, Cidadania, PSB e PDT para formar um outro grupo, que teria 164 parlamentares, com o objetivo de fazer frente à aliança parlamentar recém-formada. Se isso ocorrer, o PL, legenda de Bolsonaro e até aqui fiel a Lira, é quem ficará escanteado.

Fábio Macedo afirma que está tentando atrair ainda a federação formada por PSDB e Cidadania, partido que somam 18 deputados. O acordo, contudo, ainda não foi firmado. A respeito ds movimentações de Lira, ele diz que respeita, mas minimiza o potencial de sucesso.

— Lira é um grande líder e tem o direito de se articular. Ouço muito que ele vai formar um grupo com o União Brasil. Caso firme esta aliança, terá 108 deputados, um número menor que os nossos 142. E eu já fiz o convite para que a federação composta pelo PSDB e o Cidadania esteja conosco — conclui o líder.

O tamanho dos grupos é importante porque dá força para os partidos reivindicarem relatorias de projetos importantes e presidências de comissões. O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), disse que a decisão de ficar em um bloco separado foi tomada pelo próprio PP.

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