Bolsas mundiais sobem, em início de semana marcada por decisões de política monetária; os destaques do mercado hoje

Berger Vogt
Berger Vogt 10 Min Read
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A sessão desta segunda-feira (12) é majoritariamente de ganhos para as principais bolsas mundiais, no início de uma semana que será marcada por reuniões de política monetária nos Estados Unidos, Ásia e Europa, além de inflação ao consumidor americano.

O Federal Reserve dos EUA anunciará sua decisão sobre juros na quarta-feira, enquanto o Banco Central Europeu divulgará sua decisão na quinta-feira. A reunião do Banco do Japão terminará na sexta-feira.

O monitor do CME Group mostra que uma fatia de 74,8% do mercado aposta que o Fed vá seguir com a taxa de juros no atual patamar, entre 5% e 5,25%.

Já o Banco Central Europeu (BCE) deve promover um ajuste de 25 pontos base na taxa de juros do bloco econômico.

Por aqui, a agenda econômica está relativamente esvaziada. Investidores vão seguir atentos ao andamento de matérias sensíveis no Congresso, como arcabouço fiscal e reforma tributária. As vendas do varejo em abril serão divulgadas na quarta-feira e a pesquisa mensal de serviços, na quinta.

1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de segunda-feira, às vésperas da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mês de maio. O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração do indicador, que deve avançar 0,2% ante abril, mês em que o CPI havia crescido 0,4% na comparação mensal. Assim, a inflação de 12 meses nos EUA deve ficar em 4,1%.

Além dos dados de inflação, esta semana será decisiva para a política monetária dos Estados Unidos. O Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Banco Central americano se reúne pela quarta-vez no ano para deliberar sobre os juros do país. De acordo com a CME FedWatch Tool, a probabilidade de o Fed interromper os aumentos de juros em sua reunião de junho é superior a 70%.

Ásia
Os mercados asiáticos fecharam mistos, enquanto investidores se preparam para importantes decisões de juros nos EUA, Europa e Ásia.

O Banco do Japão (BoJ) provavelmente manterá sua política monetária ultrafrouxa quando se reunir no final desta semana, informou a Reuters.

Citando fontes não identificadas, a Reuters informou que o BOJ também pode “sinalizar que a inflação está superando suas previsões”. Isso pode levar o banco central a atualizar sua visão de inflação em julho, quando fizer uma revisão trimestral.

A inflação ao produtor do Japão subiu 5,1% em maio em relação ao ano anterior, ligeiramente abaixo dos 5,8% registrados em abril e dos 5,5% previstos pelos analistas pela Reuters.

Europa
Os mercados europeus operam com alta antes da reunião do Banco Central Europeu e após o banco UBS concluir a compra do Credit Suisse.

O acordo foi acertado às pressas em março, facilitado pelos reguladores suíços, em meio a preocupações de que fortes prejuízos no Credit Suisse desestabilizariam o sistema bancário.

O governo suíço concordou em cobrir perdas de até 9 bilhões de francos suíços (US$ 10 bilhões) além dos 5 bilhões iniciais de francos suíços que o UBS deve arcar como parte do acordo, já que absorve os negócios de maior risco.

Commodities
Os preços do petróleo operam em baixa antes da reunião do Fed, com os investidores tentando avaliar o apetite do banco central por novos aumentos de juros, enquanto as preocupações com o crescimento da demanda de combustível da China e o aumento da oferta de petróleo bruto russo pesaram no mercado.

As cotações do minério de ferro na China caíram forte na sessão desta segunda-feira.

Bitcoin
Bitcoin, -0,28% a US$ 25.987,00 (em relação à cotação de 24 horas atrás)

  1. Agenda
    A agenda da semana tem como destaque a política monetária dos Estados Unidos. O Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Banco Central americano se reúne pela quarta-vez no ano para deliberar sobre os juros do país. O monitor do CME Group mostra que uma fatia de 74,8% do mercado aposta na manutenção da taxa no atual patamar, entre 5% e 5,25%.

Na terça-feira, sai índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mês de maio. O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração do indicador, que deve avançar 0,2% ante abril, mês em que o CPI havia crescido 0,4% na comparação mensal. Assim, a inflação de 12 meses nos EUA deve ficar em 4,1%.

O índice de preços ao produtor dos EUA (PPI, na sigla em inglês) será divulgado na quarta-feira e o consenso Refinitiv aponta para uma retração de 0,1% em maio na comparação com abril e inflação de 1,5% em 12 meses.

Na zona do euro, o principal evento vai ser a reunião do Banco Central Europeu, na quinta-feira. Mais uma vez, o mercado prevê um ajuste de 25 pontos base na taxa de juros do bloco econômico.

No Brasil, saem as vendas do varejo em abril e a pesquisa mensal de serviços.

  1. Noticiário econômico
    Marco fiscal deverá ser votado no Senado até 21 de junho, diz relator
    O relator do arcabouço fiscal no Senado, Omar Aziz (PSD- AM) afirmou que pretende votar a matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e no plenário entre os dias 20 e 21 de junho, segundo reportagem do jornal O Globo. O projeto recebeu até agora 31 emendas para modificar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados. O governo deseja que não haja alterações significativas para evitar que a matéria tenha que ser reexaminada pelos deputados.

Aziz disse que se reunirá com líderes dos partidos na próxima quinta-feira para tratar do tema. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também vai participar do encontro. Diante das dificuldades na base, Haddad tem se envolvido diretamente nas discussões da pauta econômica.

  1. Noticiário político
    STF retoma julgamento sobre piso da enfermagem
    O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, na próxima sexta-feira (16), a discussão sobre o piso salarial nacional da enfermagem. O ministro Gilmar Mendes, que havia pedido vista em 24 de maio, devolveu na última sexta-feira (9) o caso para retomada de julgamento.

Os ministros terão até o dia 23 de junho para incluir suas manifestações por escrito – nessa modalidade, não há debates públicos.

O STF vai julgar se referenda ou não decisão do relator, ministro Luís Roberto Barroso, que restabeleceu a validade do piso, desde que os pagamentos ocorram nos limites dos recursos repassados pela União aos Estados, municípios e autarquias.

  1. Radar Corporativo
    Klabin (KLBN11)
    A Klabin anunciou o início, na última sexta-feira (9), das operações da segunda fase do Projeto Puma II com a partida da máquina de papel-cartão (MP 28).

A segunda etapa do Projeto contemplou a construção de uma nova máquina de papel-cartão, integrada a linhas de fibras complementares, com capacidade de produção de 460 mil toneladas por ano e flexibilidade para produzir White Top Liner e Kraftliner.

Localiza (RENT3)
A Localiza (RENT3) informou os potenciais impactos da medida de incentivo à indústria automotiva pelo governo, que envolve descontos para carros com preço até R$ 120 mil, financiados por créditos fiscais concedidos às montadoras. Entre eles, está o ajuste ao valor esperado de venda de parte da frota, informou a companhia em fato relevante.

Segundo estimativas preliminares, a Localiza prevê o reconhecimento de um impacto entre R$ 575 milhões e R$ 650 milhões antes de impostos nos resultados do segundo trimestre. O efeito representa cerca de 1,3% a 1,5% do valor da frota ao final do primeiro trimestre.

Unipar Carbocloro (UNIP6)
A Unipar Carbocloro (UNIP6) informou no sábado (10) que negocia com a Novonor a compra do controle da Braskem (BRKM5).

De acordo com fato relevante, a empresa – maior produtora de cloro e soda cáustica da América do Sul – enviou uma proposta não vinculante à Novonor, incluindo o pagamento parcial dos bancos credores, novas condições para o saldo da dívida remanescente e a possibilidade de a antiga Odebrecht continuar com uma participação minoritária indireta na Braskem.

A ideia é que a Unipar lance uma oferta pública de aquisição de ações por alienação de controle da Braskem para comprar papéis ordinários e preferenciais classes A e classe B sob a titularidade de acionistas minoritários, além de uma tender offer para adquirir até a totalidade das ações que dão lastro aos ADRs da empresa listados na Bolsa de Nova York.

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